Era Napoleônica

A Era Napoleônica foi o período em que Napoleão Bonaparte passou de grande general a imperador da França, estabelecendo domínios a níveis continentais.
O Arco do Triunfo é um dos principais monumentos construídos em Paris por Napoleão Bonaparte*
O Arco do Triunfo é um dos principais monumentos construídos em Paris por Napoleão Bonaparte*
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Por Me. Cláudio Fernandes

No desenrolar da Revolução Francesa nas duas últimas décadas do século XVIII, os jacobinos assumiram o poder e instalaram a chamada “fase do terror” ou “Terror Revolucionário”. Nessa fase, que se tornou crucial a partir do ano de 1793, uma série de crises começou a ocorrer na França, tanto de ordem política quanto de ordem econômica e militar. Tais crises implicaram a insatisfação dos setores políticos mais moderados, os quais passaram a articular o afastamento dos jacobinos do poder. Para tanto, tornava-se necessário o estabelecimento de uma nova estrutura política que fosse gerenciada por um líder habilidoso e com grande prestígio popular.

Napoleão Bonaparte, apesar de jovem, destacou-se como um dos mais respeitáveis generais do exército francês durante a Revolução. Sua habilidade na guerra devia-se a variados fatores, mas principalmente à verdadeira reforma que empreendeu com suas tropas, concedendo vantagens, motivação, profissionalização e, sobretudo, a infusão de um espírito nacional nos soldados. O exército de Napoleão foi o primeiro exército popular da história ligado à ideia de nação – a Nação Francesa –, ao contrário dos exércitos tradicionais que eram eminentemente aristocráticos.

Napoleão assumiu o poder apoiado pelos setores da burguesia que queriam o fim do Diretório, comandado pelos Girondinos. Napoleão pôde, assim, reprimir tanto os revolucionários que estavam à esquerda quanto os monarquistas que estavam à direita política da França à época. A manobra político-militar que o colocou no poder ficou conhecida como golpe do 18 de brumário (nome que faz referência ao dia e mês do calendário revolucionário) em 1799. No ano seguinte ao golpe, uma nova Constituição foi promulgada, fortalecendo o Poder Executivo e dando a Napoleão o cargo de cônsul vitalício.

Napoleão passou de jovem general a Imperador da França, instituindo uma dinastia familiar
Napoleão passou de jovem general a Imperador da França, instituindo uma dinastia familiar

Entretanto, dado o enorme poder que passou a concentrar no cargo de cônsul, Napoleão coroou-se, em 1804, na catedral de Notre-Dame, em Paris, tornando-se imperador dos franceses – esse fato tornou-se símbolo da total independência que o novo imperador passou a ter em relação à Igreja, já que antes era o Papa que coroava o Rei.

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A partir de então, o imperador Napoleão passou a estabelecer uma série de mudanças na França, desde a reabilitação da Igreja Católica, promovendo reformas no clero e, em certa medida, controlando-o, até a instituição de um novo Código Civil, que veio a estruturar uma complexa legislação que até hoje tem seu reflexo no Direito Constitucional e Internacional do mundo todo.

Além disso, Napoleão também procurou expandir seu império para várias regiões da Europa. Suas campanhas contra a Prússia e a Rússia tornaram-se notórias. O exército nacional francês conseguiu vitórias espetaculares contra os outros exércitos aristocráticos. Aos povos conquistados, Napoleão dava a justificativa de que os “libertava” da estrutura do absolutismo, ou do Antigo Regime, que vigorava até então em vários países da Europa.

O principal entrave aos projetos de Napoleão foi o Império Britânico. A Grã-Bretanha, por consistir em um conjunto de ilhas, não ficou exposta aos ataques da infantaria napoleônica e, não obstante, detinha a marinha mais poderosa do mundo na época. Napoleão procurou, então, estabelecer uma estratégia diferente contra os britânicos: bloqueá-los economicamente. Essa estratégia ficou conhecida como “Bloqueio Continental” e consistia em pressionar as nações europeias que estavam sob influência da França a não estabelecerem vínculo comercial com a Inglaterra. Foi nesse contexto que o rei português, D. João VI, que era apoiado pela Grã-Bretanha, fugiu com a sua corte para o Brasil – até então colônia – por não atender às determinações de Napoleão.

De 1813 a 1815, Napoleão sofreu, gradativamente, desgastes em seu império, sobretudo pela grande resistência que países como o Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia ofereciam ao seu domínio. A batalha mais famosa que marcou o declínio de Napoleão foi a Batalha de Waterloo, de onde saiu derrotado. A dinastia de Bourbon foi restaurada na França e ascendeu ao trono o rei Luís XVIII. Assim acabou o reinado dinástico de Napoleão, que foi exilado na ilha de Santa Helena e lá morreu em 1821.

*Créditos da imagem: Shutterstock e S-F.

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Por Cláudio Fernandes

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