Imperialismo

O imperialismo é um conceito utilizado para definir as práticas de um Estado que busca expandir-se territorial, economica e culturalmente sobre outro.
Trabalhadores à beira de um rio carregando trouxas na cabeça; a exploração é uma prática do imperialismo.
A prática imperialista foi muito comum no passado, mas ainda pode acontecer atualmente.
Imprimir
Texto:
A+
A-

Imperialismo é a prática de um Estado de procurar expandir-se territorial, cultural e economicamente sobre outro Estado, visando à obtenção de vantagem econômica com base na exploração dos recursos e da população desse outro Estado. Foi muito comum no passado, mas ainda pode ser realizado.

O surgimento do imperialismo tem relação direta com a Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo. A necessidade de se obter fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores levou as potências europeias a iniciarem o ciclo neocolonialista no continente africano ao longo do século XIX.

Leia também: Mercantilismo — prática econômica de nações europeias durante a Idade Média

Resumo sobre imperialismo

  • O imperialismo é entendido como as práticas de uma nação que procura expandir-se sobre a outra.

  • Pode acontecer por meios territoriais, culturais e econômicos.

  • É muito relacionado com o neocolonialismo, mas pode e acontece na atualidade.

  • O imperialismo tem uma forte relação com a Revolução Industrial e a consolidação do capitalismo.

  • O domínio europeu sobre o continente africano é um dos grandes símbolos do imperialismo.

O que é imperialismo?

O imperialismo refere-se às práticas e ações que um Estado pode tomar em relação outro, visando expandir-se territorial, cultural ou economicamente, obtendo para si vantagem em detrimento da exploração alheia. Sendo assim, toda ação de uma nação sobre outra nesses sentidos, visando à garantia de benefício exclusivo, pode ser entendida como imperialista.

Além disso, o termo pode ser utilizado para referir-se pontualmente ao ciclo neocolonialista, iniciado pelas nações europeias, a partir do século XIX, com a expansão territorial e colonial sobre a Ásia, África e Oceania. É bastante comum que esse neocolonialismo seja chamado de imperialismo, mas isso não exclui o fato de que a colonização das Américas, por exemplo, também foi resultado de ações imperialistas, embora os historiadores pontuem diferenças entre o colonialismo do século XVI e o imperialismo do século XIX.

Sendo assim, o termo pode ser aplicado para mencionar práticas imperialistas das grandes potências da atualidade, como também pode referir-se às ações colonizadoras tomadas por algumas nações em séculos passados. Seja no presente, seja no passado, o imperialismo é uma prática nefasta, pois interfere na vida de milhões de pessoas para atender os interesses políticos e econômicos de uma nação estrangeira e enriquecer uma minoria.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Qual a origem do imperialismo?

Embora a aplicação do imperialismo possa se dar em vários contextos, como a expansão do Império Romano ou a expansão colonial ibérica no século XV e XVI, esse conceito associa-se, com maior propriedade, ao avanço do capitalismo, pois foi o desenvolvimento do capitalismo que promoveu as práticas de imperialismo, consolidando-as ao redor do planeta.

O imperialismo tem uma associação direta com a Revolução Industrial, o ciclo de desenvolvimento tecnológico que possibilitou o surgimento das máquinas e, consequentemente, da indústria. O surgimento da indústria causou inúmeras transformações, não só na Europa mas em todo o planeta.

Muitas dessas transformações se deram na forma como o mercado funcionava e permitiram que as economias globais se desenvolvessem. Essas economias, baseadas na industrialização, tinham uma grande necessidade de ampliar os seus mercados consumidores e garantir acesso às fontes de matérias-primas para dar continuidade à produção de suas mercadorias.

Foi quando o imperialismo se estabeleceu, pois a necessidade por mercados e por matérias-primas motivou inúmeras nações, não apenas as europeias, a expandirem o seu território. Essa expansão garantiria acesso a novas fontes de matérias-primas e ainda abriria novos mercados consumidores para absorver as mercadorias produzidas.

Com isso, a expansão territorial e o controle de novas terras e de novas populações foram o meio encontrado para que as nações imperialistas garantissem o desenvolvimento das suas próprias economias.

Veja também: Escravidão na África — surgiu antes da chegada dos europeus, mas tornou-se comercial depois disso

Imperialismo no continente africano

Ilustração do mapa do continente africano com bandeiras de nações europeias fixadas nele, representando o imperialismo.
O controle do continente africano pelas nações europeias é entendido como um dos grandes símbolos do imperialismo.

Um dos locais mais afetados pelo imperialismo foi, sem dúvidas, o continente africano, e muitas das consequências das práticas imperialistas sobre ele ainda são percebidas. Inclusive, muitas potências atuais ainda exploram economicamente o continente, demonstrando que o imperialismo ainda existe hoje, embora se manifeste de formas diferentes.

A ocupação imperialista do continente africano remonta ao século XIX, quando as nações europeias iniciaram uma corrida de ocupação do território. O ciclo imperialista no continente africano teve seu auge entre o período de 1884 e 1914, mas nações europeias mantiveram colônias no continente africano até meados da década de 1970.

A corrida imperialista pela ocupação do continente africano foi iniciada por meio das ações de: Bélgica, Portugal e França. Essas nações motivaram outras a invadirem e conquistarem uma colônia para si na África.

No caso belga, o país ocupou a região do Congo, transformada no Congo Belga e alvo de uma das políticas imperialistas mais violentas da história. Portugal ampliou os territórios que controlava em Moçambique, e os franceses procuraram expandir seu domínio para o Egito, Tunísia e Madagascar.

Conferência de Berlim

A desordem e os conflitos estabelecidos por essa corrida de ocupação do continente africano levaram o chanceler alemão, Otto von Bismarck, a organizar uma conferência para debater as questões relativas à ocupação e divisão do continente africano. Esse encontrou ganhou o nome de Conferência de Berlim, sendo realizado entre os anos de 1884 e 1885.

Entre as questões debatidas na Conferência de Berlim, estiveram:

  • ocupação do continente;

  • interesse de Portugal no mapa cor-de-rosa;

  • direitos de navegação e de comércio sobre alguns rios do continente;

  • estabelecimento de regras para a ocupação do continente;

  • determinação de fronteiras entre as colônias formadas pelos europeus.

Para realizar a dominação do continente africano, as nações europeias apelaram para o discurso de estarem realizando uma “missão civilizatória”, pela qual levariam os “valores” da “civilização” europeia para os povos “salvagens” da África. Esse discurso, no entanto, mascarava a real intenção das nações europeias: explorar economicamente os recursos e as populações do continente africano.

Saiba mais: Guerra da Indochina — conflito entre tropas vietnamitas e tropas coloniais francesas, entre 1946 e 1954

Imperialismo no continente asiático

O continente asiático também foi alvo dos interesses imperialistas, em especial dos ingleses e franceses, que estabeleceram grandes colônias na região. Os ingleses, por exemplo, estabeleceram uma colônia na Índia, explorando esse país e suas populações, além de explorarem outros locais, como a China e Hong Kong. Os franceses, por sua vez, estabeleceram-se no que ficou conhecido como Indochina Francesa.

Por Daniel Neves Silva

Videoaulas


Artigos relacionados