Grigori Rasputin

Grigori Rasputin ficou conhecido como o “monge louco da Rússia”. Com fama de curandeiro, foi um homem de confiança dos czares e influenciou muitas decisões.
Fotografia de Grigori Rasputin, o “monge louco da Rússia”.
Grigori Rasputin ficou conhecido como o “monge louco da Rússia”.
Imprimir
Texto:
A+
A-

Grigori Rasputin foi um russo que ficou conhecido como o “monge louco da Rússia”. Era filho de comerciantes da Sibéria, na Rússia. Chegou a estudar para ser monge, mas abandonou a vocação. Peregrinou pela Grécia como andarilho e adquiriu fama de curandeiro. Essa fama chegou até os czares, que tinham um filho hemofílico, e dizia-se que ele poderia curá-lo. Assim, conquistou a confiança da família.

Há questões bastante polêmicas em sua vida, como o fato de ele dizer às mulheres que as libertaria de seus pecados caso dormissem com ele. Houve também boatos de um caso amoroso com a czarina. Fato é que ele influenciou, e muito, toda a corte russa, gerando vários desafetos, que planejaram sua morte.

Saiba mais: Gavrilo Princip — um dos responsáveis pelo acontecimento que levou aos conflitos iniciais da Primeira Guerra Mundial

Resumo sobre Grigori Rasputin

  • Grigori Rasputin foi uma figura histórica conhecida como o “monge louco da Rússia”.
  • Apesar da forma como ficou conhecido, Rasputin nunca chegou a ser monge.
  • Tinha fama de milagreiro, por isso, conquistou a confiança de czares após supostamente curar o filho do czar Nicolau II e de Alexandra Feodorovna, Aleksei Romanov.
  • Essa confiança foi tanta que passou a interferir em decisões do Estado e da Igreja.
  • A morte de Rasputin foi por meio de emboscadas de seus inimigos, incomodados com suas influências em tantas áreas de poder.
  • A influência dele na corte russa foi crucial. Ele opinava sobre absolutamente tudo, e, quando o czar foi com o exército para a I Guerra Mundial, passou a comandar o país junto à czarina.
  • Rasputin era chamado de “monge louco”, pois tinha comportamento depravado. Seus desafetos faziam questão de propagar esse e outros fatos da vida dele, que foi bastante controversa.
  • A família Romanov foi uma casa que esteve à frente da Rússia por oito gerações. O último deles foi Nicolau II, cuja família foi muito influenciada por Rasputin.

Biografia de Rasputin

Grigori Rasputin nasceu em Pokrovskoie, na Sibéria, no dia 22 de janeiro de 1869. Ele foi um monge, místico e fanático religioso russo. Foi também figura central e com grandes poderes no fim czarismo por ser bastante estimado pela corte do czar Nicolau II e de Alexandra Feodorovna, componentes da família Romanov. Essa estima nasceu de sua notoriedade em supostos poderes sobrenaturais. Por esses motivos, era chamado de “o monge maluco”. Ele era filho de comerciante e seu nome de registro era Grigori Efimovitch Novikm.

Desde tenra idade, já chamava atenção no vilarejo por se autodeclarar possuidor de poderes de cura e hipnóticos. Chegou a ir para um mosteiro, o Verkhoture, nos Montes Urais, a fim de que se tornasse monge; porém não prosseguiu até o final dos estudos. Rasputin, com apenas 19 anos, acabou se casando, ainda assim, ganhou reputação de santo pelos camponeses.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Também enquanto jovem, entrou para uma seita chamada de flagelantes, que dizia que o pecado pelo arrependimento suscita meios para salvação da alma. Peregrinou nos Atos, na Grécia, e ressurgiu novamente com a fama de poder curar doenças. No entanto, acusado de herege, tornou-se um andarilho.

A fama de seus poderes místicos perdurou em 1903, quando foi morar em São Petersburgo por dois anos. Ela era tanta que, em 1905, foi procurado pelo czar Nicolau II e pela esposa Alexandra Feodorovna para tratar de sangramentos do filho deles, Aleksei Romanov, hemofílico. Assim, obteve a confiabilidade dos membros da alta corte russa, acalmando-os nas enfermidades, até se tornar conselheiro pessoal da czarina.

Fotografia da czarina Alexandra Feodorovna com Grigori Rasputin, seus filhos e a governanta, Maria Vishnyakova.
Rasputin se tornou conselheiro pessoal da czarina Alexandra Feodorovna (que está ao seu lado na imagem acima), esposa do czar Nicolau II.

→ Morte de Rasputin

Rasputin morreu em dezembro de 1916, vítima de um atentado organizado por nobres russos, que o envenenaram com cianureto no alimento. Antes, em 1914, outra tentativa havia sido feita: ele fora esfaqueado, mas sobreviveu, aumentando a lista de seus feitos “milagrosos”. Outro feito que aumenta a lenda foi o de que, na verdade, ele teria, sim, ingerido o veneno, numa quantidade suficiente para matar cinco pessoas, mas acabou sobrevivendo novamente e, então, fuzilado e jogado (ainda vivo) no Rio Neva, e finalmente acabou afogado.

Rasputin e a influência na corte russa

Após o contato próximo com os czares, Rasputin passou a ter grande influência, envolvendo-se em questões importantes, como na Igreja e no Estado, chegando a nomear ministros e depois também a derrubá-los.

A fama de Rasputin também dizia respeito ao abuso de mulheres, já que dizia que podia curá-las de seus pecados desde que dormissem com ele. Mantinha uma vida imoral e foi chamado, muitas vezes, de depravado.

Grigori Rasputin entre mulheres admiradoras e alguns seguidores da corte, em 1914.
Rasputin entre mulheres admiradoras e alguns seguidores da corte, em 1914.

Tudo isso fez com que ganhasse inimigos dentro da corte, o que ficou pior ainda quando foram descobertas cartas dele com a czarina, incitando rumores de um caso entre eles. A imprensa cobriu todo o acontecimento, que chegou a ser discutido, inclusive, no Poder Legislativo.

A Igreja também não gostava muito de Rasputin, pelas suas intromissões em assuntos religiosos. Dessa maneira, nobres e clero passaram a conspirar contra Rasputin.

Entre suas “previsões”, houve uma que fez com que o próprio czar abandonasse seu posto para ir para o exército, em 1915. Isso porque Rasputin previra que a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) seria um agouro para o país.

Com a ida do czar para o exército devido a essa previsão, Raputin passou a governar a Rússia junto da czarina, porém não foram capazes de conter as massas pré-revolucionárias, que deram origem, posteriormente, à Revolução Russa (1917-1923).

Veja também: Quais mudanças sociais ocorreram com a Revolução Russa?

Por que Rasputin era o “monge louco”?

Estátua de Grigori Rasputin, o “monge louco da Rússia”.
Estátua de Rasputin. [1]

Ao longo da vida, Rasputin acumulou uma série de polêmicas e mitos. Foi visto como um depravado e como um louco. Ele foi chamado de “monge louco” devido a suas influências nos assuntos do Estado e da Igreja e suas atitudes. Essa alcunha lhe foi dada principalmente pelos seus inimigos e opositores, ganhando fama internacional e, assim, ficou conhecido como o “monge louco da Rússia”.

Família Romanov

Família de Nicolau II (último czar dos Romanov), um grupo muito influenciado por Rasputin.
Família de Nicolau II (último czar dos Romanov), um grupo muito influenciado por Rasputin.

A Casa Romanov reinou no Império Russo entre 1613 e 1762, ou seja, por oito gerações. Mesmo depois desse período, e já com outra casa governante, a Casa de Oldenburgo ainda era chamada de Romanov, pois decidiu manter o nome.

Com a Revolução Russa, o último czar dessa linhagem, Nicolau II, foi assassinado com sua esposa e filhos no porão de casa em julho de 1918. Durante algum tempo, perdurou um boato de que uma de suas filhas havia sobrevivido, mas, mais tarde, comprovou-se que foi assassinada com os demais familiares.

Ao supostamente curar Aleksei Romanov, Rasputin obteve a confiança extrema do czar e da czarina dessa família, o que lhe garantiu poderes de interferir no governo, como vimos.

Crédito de imagem

[1] Cherkashin Denis / Shutterstock

Fontes

VALÉRIO, Maria Júlia. Rasputine — o assédio desejado. Revista Portuguesa de Psicossomática, vol. 6, núm. 1, janeiro-junho, 2004, pp. 69-73. Sociedade Portuguesa de Psicossomática. Porto, Portugal. Disponível em:  http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=28760110.

WELCH, Frances. Rasputine: uma vida curta. Tradução: Miguel Coutinho e Nanci Marcelino. Carcavelos: Estação imaginária, 2015.

Por Mariana de Oliveira Lopes Barbosa