República de Weimar

A República de Weimar vigorou na Alemanha entre os anos de 1919 e 1933 e configurou o período de transição entre a Primeira Guerra Mundial e o Nazismo.
Paul von Hindenburg foi um dos chefes de Estado da República de Weimar
Paul von Hindenburg foi um dos chefes de Estado da República de Weimar
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Por Me. Cláudio Fernandes

É sabido que a grande potência econômica e militar que se destacou no início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em virtude de seu exército moderno, ágil e destruidor, foi o Império Alemão. Contudo, também é sabido que essa mesma potência acabou por ser derrotada e humilhada pelos países vencedores, ao fim da guerra, com a série de sanções que lhe foi imposta com o Tratado de Versalhes. Pois bem, o Império Alemão, depois de 1918, entrou em colapso. Em seu lugar foi erguida uma nova forma de governo, que tinha por missão não apenas a recuperação econômica, mas também a recuperação do prestígio do povo alemão. Esse governo assumiu a forma republicana e ficou conhecido como República de Weimar, durando de 1919 a 1934.

A história da República de Weimar começou com a realização de uma assembleia constituinte na cidade de Weimar, Alemanha, que teve início no dia 6 de fevereiro de 1919. Entre as decisões acordadas na Constituição de Weimar estava a definição do funcionamento da república. O modelo seria bicameral, isto é, teria duas casas legislativas, o Reichstag (o Parlamento) e o Reichsrat (a Assembleia). Haveria também dois chefes da república, um chefe de governo, o chanceler, responsável pela administração geral, e o chefe de Estado, o presidente, responsável pelas questões de Estado: como diplomacia, forças armadas etc.

O primeiro presidente eleito foi Friedrich Ebert, político social-democrata ligado à tradição socialista alemã. Antes mesmo que Ebert começasse seu governo, no momento mesmo em que a República estava sendo montada, a Alemanha passou por uma turbulência política provocada pela revolta espartaquista, ou Revolução Alemã (1918-1919), um levante comunista radical liderado por personalidades como Rosa Luxemburgo, que pretendia executar na Alemanha o que os bolcheviques haviam feito na Rússia – ainda que com outros métodos. Entretanto, o levante espartaquista, que usava esse nome como referência à revolta dos gladiadores romanos comandados por Espartacus, foi debelado e a república continuou o seu caminho.

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Friedrich Ebert foi o primeiro presidente eleito na República de Weimar
Friedrich Ebert foi o primeiro presidente eleito na República de Weimar 

Contudo, as dificuldades eram enormes, e a animosidade entre os grupos políticos rivais era tremenda. Foi nessa época que os comunistas alemães conseguiram enorme projeção política, ao passo que também movimentos nacionalistas, vindos da tradição socialista, começaram a ganhar projeção, como foi o caso do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, o NAZI, que deu origem ao movimento nazista, que passaria a ser articulado por Adolf Hitler a partir de 1921.

A partir de 1923, a economia alemã ainda viveu um período de relativa estabilidade com o chanceler Gustav Stresemann à frente da administração. Esse controle relativo prosseguiu com o chanceler Heinrich Brüning. Todavia, em 1925, o presidente Ebert morreu, e o novo eleito para o cargo foi o herói de guerra Marechal von Hindenburg, que foi reeleito em 1931. Hindenburg e seu primeiro chanceler, Franz von Papen, não conseguiram manter a estabilidade econômica anterior, sobretudo em virtude da Quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, e do colapso financeiro internacional dela derivado.

Essa situação levou à ascensão política do partido nazista, que prometia a ruptura com todas as sanções impostas pelo Tratado de Versalhes, a remilitarização da Alemanha e a recuperação do antigo prestígio da época do Reich. O prestígio social que Hitler possuía no início dos anos 1930 fez com que Hindenburg nomeasse-o chanceler em lugar de Papen. Com a morte do presidente marechal em 1934, Hitler tomou para si também os poderes de chefe de Estado, tornado-se senhor das forças armadas da Alemanha e levando o país às malhas do totalitarismo do III Reich, pondo fim à República de Weimar, fato que culminou na Segunda Guerra Mundial.

Por Cláudio Fernandes