Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates)

A Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates) foi um movimento rebelde que ocorreu na Bahia no final do século XVIII, inspirado pelo ideal de liberdade e de igualdade.
Bandeira da Conjuração Baiana, também chamada de Revolta dos Alfaiates.
Bandeira da Conjuração Baiana, também chamada de Revolta dos Alfaiates.
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A Conjuração Baiana (Revolta dos Alfaiates) foi um movimento rebelde que ocorreu na Bahia no final do século XVIII, inspirado pelo ideal de liberdade e igualdade. Esse evento foi motivado por uma série de antecedentes históricos, incluindo desigualdades sociais e econômicas na sociedade baiana, bem como a influência das ideias iluministas. As causas da revolta foram a opressão colonial, a desigualdade social e econômica, e a disseminação das ideias iluministas entre a população. Os líderes proeminentes desse movimento foram João de Deus do Nascimento, Manuel Faustino dos Santos Lira, Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas.

Leia também: Inconfidência Mineira — movimento de caráter republicano e separatista que ocorreu entre 1789 e 1792 em Minas Gerais

Resumo sobre a Conjuração Baiana

  • A Conjuração Baiana foi um movimento rebelde ocorrido na Bahia no final do século XVIII, inspirado pelo ideal de liberdade e igualdade.

  • Os antecedentes históricos da Conjuração Baiana incluem desigualdades sociais e econômicas, além da influência das ideias iluministas.

  • As causas da Conjuração Baiana foram a opressão colonial, a desigualdade social e econômica, e a disseminação das ideias iluministas.

  • Os principais líderes da Conjuração Baiana foram João de Deus do Nascimento, Manuel Faustino dos Santos Lira, Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas.

  • Os principais objetivos da Conjuração Baiana eram a independência da Bahia, a instauração de um governo republicano e democrático, e a abolição da escravidão.

  • A revolta da Conjuração Baiana teve início com a organização de conspiradores e a disseminação de panfletos e manifestos revolucionários, mas foi sufocada pelas autoridades coloniais.

  • O fim da Conjuração Baiana resultou na prisão, tortura e execução de seus líderes, mas seu legado continuou a inspirar movimentos de resistência e luta pela emancipação.

  • As consequências da Conjuração Baiana incluem o fortalecimento do domínio colonial português na Bahia, mas ela também contribuiu para a conscientização política da população e o processo de independência do Brasil.

Videoaula sobre a Conjuração Baiana (1798)

O que foi a Conjuração Baiana?

Também conhecida como Revolta dos Alfaiates, a Conjuração Baiana foi um movimento rebelde que ocorreu na então capitania da Bahia, no Brasil, durante o final do século XVIII. Esse evento histórico foi marcado por uma série de ideais revolucionários, inspirados principalmente pelas ideias iluministas e pelas revoluções ocorridas em outros lugares, como a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa.

Antecedentes históricos da Conjuração Baiana

Para compreender plenamente a Conjuração Baiana, é essencial analisar os antecedentes históricos que levaram a esse evento. No final do século XVIII, a sociedade baiana estava marcada por uma série de desigualdades sociais e econômicas, com uma elite colonial formada principalmente por portugueses, que detinham o poder político e econômico na região. A população local, composta por uma maioria de escravos africanos, libertos e mulatos livres, estava subjugada a uma série de restrições e injustiças.

Além disso, a influência das ideias iluministas começava a se fazer sentir na América Latina, inspirando movimentos de contestação e rebelião contra o domínio colonial. A Independência dos Estados Unidos, em 1776, e a Revolução Francesa, em 1789, foram eventos que ecoaram em todo o mundo, inspirando movimentos de libertação e emancipação em várias partes do globo.

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Quais foram as causas da Conjuração Baiana?

Diversos fatores contribuíram para o surgimento da Conjuração Baiana. Em primeiro lugar, as condições sociais e econômicas da época eram extremamente desfavoráveis para a maioria da população, que vivia em condições de extrema pobreza e opressão. A elite colonial, composta por portugueses e seus descendentes, detinha o monopólio do comércio e das principais instituições políticas, excluindo a população local de qualquer participação significativa no governo.

Além disso, a disseminação das ideias iluministas entre a população baiana contribuiu para a conscientização e mobilização política. As ideias de igualdade, liberdade e fraternidade promovidas pelos filósofos iluministas encontraram eco entre os setores marginalizados da sociedade, que começaram a questionar o status quo e a exigir mudanças políticas e sociais.

Além disso, a influência da Revolução Haitiana, ocorrida entre 1791 e 1804, foi notável. Essa foi uma revolução bem-sucedida feita pelo Haiti, colônia francesa, cuja maioria da população era negra e também baseou suas pautas no Iluminismo.

Principais líderes da Conjuração Baiana

A Conjuração Baiana teve como principais líderes figuras proeminentes da sociedade local, muitas vezes ligadas à classe dos alfaiates e artesãos, que eram relativamente mais instruídos e articulados politicamente. Entre esses líderes, destacam-se nomes como João de Deus do Nascimento, Manuel Faustino dos Santos Lira, Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas.

Esses líderes desempenharam um papel fundamental na organização e articulação do movimento, promovendo a conscientização política entre a população e elaborando planos para a realização da revolta. Suas ideias e ideais foram fundamentais para mobilizar as massas e galvanizar o apoio popular à causa da emancipação e da igualdade.

Principais objetivos da Conjuração Baiana

Os principais objetivos da Conjuração Baiana eram a libertação da Bahia do domínio colonial português e a instauração de um governo republicano e democrático, baseado nos princípios da igualdade, liberdade e fraternidade. Os líderes do movimento almejavam uma profunda transformação na estrutura política e social da sociedade baiana, buscando acabar com as injustiças e desigualdades que caracterizavam o regime colonial.

Além disso, a Conjuração Baiana também tinha como objetivo a promoção da emancipação dos escravos e a abolição da escravidão, reconhecendo a dignidade e os direitos humanos de todas as pessoas, independentemente de sua origem étnica ou social. A luta pela igualdade racial e social foi um dos pilares fundamentais do movimento, que buscava criar uma sociedade mais justa e igualitária.

Como foi a revolta da Conjuração Baiana?

Busto de João de Deus do Nascimento, um dos líderes negros da Conjuração Baiana. [1]
Busto de João de Deus do Nascimento, um dos líderes negros da Conjuração Baiana. [1]

A revolta da Conjuração Baiana teve início em 1798, quando um grupo de conspiradores liderados por João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira começou a organizar a resistência contra o domínio colonial português. Os líderes do movimento elaboraram um plano audacioso para tomar o poder e proclamar a independência da Bahia, contando com o apoio de diversas camadas da sociedade local.

A revolta começou a ganhar força com a disseminação de panfletos e manifestos revolucionários, que denunciavam as injustiças e opressões do regime colonial e convocavam a população a se unir em prol da libertação. A conspiração envolveu não apenas os setores mais baixos da sociedade, como escravos, libertos e mulatos livres, mas também membros da classe média e até mesmo alguns representantes da elite local.

No entanto, apesar dos esforços dos líderes do movimento, a revolta acabou sendo descoberta pelas autoridades coloniais, que agiram rapidamente para reprimir os rebeldes. Houve confrontos armados entre os insurgentes e as tropas portuguesas, resultando em várias mortes e prisões. Apesar da coragem e determinação dos rebeldes, a revolta foi sufocada pelas forças coloniais, e seus líderes foram presos e executados.

Fim da Conjuração Baiana

Gravura de Rugendas mostrando a execução dos líderes da Conjuração Baiana na Praça da Piedade, em Salvador.
Execução dos líderes da Conjuração Baiana na Praça da Piedade, em Salvador.

O fim da Conjuração Baiana marcou o fracasso do movimento revolucionário e o fortalecimento do domínio colonial português sobre a Bahia. Após a descoberta da revolta, as autoridades coloniais lançaram uma intensa campanha de repressão contra os rebeldes, que resultou na prisão, tortura e execução de muitos de seus líderes.

Apesar da derrota militar, no entanto, o legado da Conjuração Baiana continuou a ecoar na sociedade baiana e brasileira como um todo. O movimento deixou um importante legado de resistência e luta pela liberdade e igualdade, inspirando gerações futuras de ativistas e revolucionários a continuarem a luta por um mundo mais justo e democrático.

Quais as consequências da Conjuração Baiana?

As consequências da Conjuração Baiana foram profundas e duradouras, deixando um importante legado na história do Brasil. Embora a revolta tenha sido sufocada pelas autoridades coloniais, seus ideais continuaram a inspirar movimentos de resistência e luta pela emancipação em todo o país.

Além disso, a Conjuração Baiana também teve um impacto significativo no processo de independência do Brasil, que viria a ocorrer algumas décadas mais tarde. O movimento contribuiu para a conscientização política da população e para o enfraquecimento do domínio colonial português, preparando o terreno para a proclamação da independência em 1822.

Veja também: Revolução Pernambucana — movimento de caráter separatista e republicano que ocorreu em Recife em 1817

Exercícios resolvidos sobre a Conjuração Baiana

Questão 1

Durante o final do século XVIII, um movimento rebelde eclodiu na então capitania da Bahia, no Brasil, conhecido como Conjuração Baiana. Esse movimento foi motivado por uma série de fatores sociais, econômicos e políticos que marcavam a sociedade da época. Entre os principais líderes desse movimento estavam João de Deus do Nascimento, Manuel Faustino dos Santos Lira, Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas. Qual dos seguintes aspectos NÃO foi um dos principais objetivos da Conjuração Baiana?

A) Libertação da Bahia do domínio colonial português.
B) Instauração de um governo monárquico centralizado.
C) Abolição da escravidão e emancipação dos escravos.
D) Promoção de uma sociedade republicana e democrática.
E) Busca pela igualdade social e econômica entre as classes.

Resolução:

Alternativa B.

Um dos principais objetivos da Conjuração Baiana era instaurar um governo republicano e democrático, e não monárquico. Esse movimento visava acabar com o domínio colonial português e promover uma sociedade mais justa e igualitária, o que implicava na rejeição do sistema monárquico centralizado.

Questão 2

A Conjuração Baiana foi um evento histórico marcante que ocorreu no Brasil colonial, durante o final do século XVIII. Esse movimento rebelde foi influenciado por uma série de ideais iluministas e teve como principais líderes figuras proeminentes da sociedade baiana, como João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira. Qual das seguintes afirmações sobre a Conjuração Baiana está INCORRETA?

A) Teve como principais objetivos a independência da Bahia e a abolição da escravidão.
B) Foi motivada por desigualdades sociais, econômicas e políticas na sociedade baiana.
C) Contou com o apoio exclusivo da elite colonial, que detinha o poder político e econômico na região.
D) Resultou na prisão, tortura e execução de muitos dos líderes do movimento.
E) Contribuiu para a conscientização política da população e o processo de independência do Brasil.

Resolução:

Alternativa C.

A Conjuração Baiana não contou com o apoio exclusivo da elite colonial. Na verdade, esse movimento envolveu diversos setores da sociedade baiana, incluindo escravos, libertos e mulatos livres, além de membros da classe média e até mesmo alguns representantes da elite local. A revolta foi motivada pela busca de liberdade e igualdade, e não foi restrita aos interesses da elite colonial.

Crédito de imagem

[1] Andrevruas / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2009.

STARLING, Heloisa. Ser republicano no Brasil colônia: A história de uma tradição esquecida. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Por Tiago Soares Campos

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