Nomadismo

Nomadismo é uma forma de vida em que não há residência fixa. Era comum na Pré-História por questões de sobrevivência.
Aldeia de um povo nômade no Quirguistão evidenciando como o nomadismo é uma forma de vida que ainda existe na atualidade.
Durante a Pré-História, até o Período Neolítico, havia predominância do nomadismo, uma forma de vida que ainda existe.
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O nomadismo é uma forma de vida em que não há residência fixa. Era uma condição necessária para os primeiros seres humanos, na Pré-História, durante os períodos Paleolítico e parte do Neolítico, porque ainda não tinham desenvolvido condições para se sedentarizarem. Com a Revolução Agrícola, eles começaram a dominar técnicas de agricultura e domesticar animais. Assim, surgiram as primeiras civilizações da Antiguidade.

Leia também: Como era a alimentação do ser humano na Pré-História?

Resumo sobre nomadismo

  • As características do nomadismo são: deslocamento constante e sobrevivência por meio da caça, pesca e coleta.

  • Existem três principais tipos: caçadores-coletores, pastores e mercadores-artesãos.

  • Surgiu na Pré-História, especificamente, nos períodos Paleolítico e parte do Neolítico, como uma forma de sobrevivência dos povos.

  • Na atualidade é praticado por povos que mantêm sua cultura originária, por povos que são perseguidos devido a preconceitos, e por opção de algumas pessoas que têm condições para tal.

  • Na atualidade, os povos nômades são: algumas etnias indígenas brasileiras, aborígenes na Austrália, pastores no Tibete e Mongólia, e alguns grupos ciganos da Europa.

  • Enquanto no nomadismo não há habitação fixa e é necessário estar sempre mudando quando os recursos existentes se esgotam, no sedentarismo há habitação fixa por meio das técnicas de cultivo e criação de animais.

Características do nomadismo

O nomadismo caracteriza-se, principalmente, pelo deslocamento constante, condição necessária quando se esgotam recursos naturais de uma região, obrigando as pessoas a migrarem para outro lugar em busca de subsistência. Por isso, elas desenvolvem um conhecimento muito grande da geografia de variados lugares, bem como de plantas e animais, aos quais se adequam em relação à alimentação e aos hábitos gerais.

Por estarem em constante mudança, politicamente, essas pessoas não criam senso de comunidade, logo, não é possível notar entre elas organizações políticas mais complexas, tampouco econômicas ou sociais. Na Pré-História, sabe-se que se moviam ciclicamente, descobrindo e ocupando largos territórios e até continentes inteiros.

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Tipos de nomadismo

Na Pré-História, os nômades eram do tipo caçadores-coletores, isto é, viviam da pesca, caça e coleta de alimentos que encontravam livremente na natureza. Sua migração se dava por uma busca de novas e melhores condições para sobreviverem.

Havia e ainda há também grupos de nômades que são pastores, ou seja, migram em busca de pasto para seus animais. Eles existem especialmente na Mongólia. Na Rússia, especificamente na Sibéria, no norte da África e na Ásia Central são bastante comuns. Os mais conhecidos nesse tipo de nomadismo foram citados até mesmo na Bíblia.

Existiram e ainda existem os nômades cuja atividade é a de mercadores-artesãos, que migram para comercializar seus produtos ou oferecer seus serviços em diversas regiões.

Origem e história do nomadismo

A origem do nomadismo advém dos primeiros seres humanos, que, ainda sem desenvolverem técnicas agrícolas, viviam vagando em busca de alimentos (que poderiam vir da caça, da pesca ou da colheita). Designadamente, essa foi uma prática comum dos primeiros humanos durante o período Paleolítico e parte do período Neolítico da Pré-História.

Depois, ao conseguirem desenvolver ferramentas, dominar agricultura, construir abrigos como primeiras casas (em vez de se refugiarem em cavernas), foram se sedentarizando. Outro fator importantíssimo para essa mudança também foram as mudanças climáticas. Assim, a partir do processo de sedentarização, começaram a surgir as primeiras civilizações da Antiguidade.

Nomadismo na atualidade

Há cerca de 10.000 anos, não é mais necessário que grupos humanos sejam nômades, levando-se em conta avanços técnicos e tecnológicos e devido à elaboração de técnicas agrícolas e de moradia.

No entanto, por vários motivos, muitos ainda preservam essa forma de vida. Há os que a aderem por valores culturais e os que o fazem por ideologias. Recentemente, há, ainda, indivíduos que se autodenominam nômades digitais, ou seja, com o advento do home-office, trabalham de qualquer lugar do mundo pelo computador e estão constantemente viajando. São bastante diferentes dos que migram não só por escolha, mas, às vezes, por perseguições (como é o caso de ciganos na Europa) e/ou subsistência (pastores da Mongólia e Tibete).

No Brasil ainda existem povos indígenas que são nômades, chamados povos isolados. Eles estão sofrendo risco iminente de aniquilação.

Povos nômades

 Instalações de pessoas que praticam nomadismo no Tibete.
No Tibete, uma parte significativa da população é nômade. Acima, um exemplo de suas instalações.

Os grandes exemplos de povos nômades da atualidade são:

  • aborígenes na Austrália;

  • beduínos no Oriente Médio;

  • alguns grupos de ciganos na Europa;

  • pastores do Tibete;

  • pastores da Mongólia — que tem cerca de 40% da população na condição de nômade ou seminômade ainda vivendo em suas iurtas (tendas).|1|

Acesse também: Arte rupestre — o conjunto de desenhos, gravuras e figuras realizados pelos primeiros seres humanos

Diferenças entre nomadismo e sedentarismo

  • Nomadismo: forma de vida na qual não há habitação fixa, sendo importante estar sempre se mudando para novos lugares quando os recursos existentes em determinado lugar se esgotam.

  • Sedentarismo: forma de vida na qual há habitação fixa. O surgimento da agricultura e a domesticação de animais, bem como questões climáticas resultaram na sedentarização.

Nota

|1| OSWALD, Vivian. Modernidade nômade: a reafirmação da Mongólia. O Globo. Disponível em: https://oglobo.globo.com/mundo/modernidade-nomade-reafirmacao-da-mongolia-20626042

Crédito de imagem

[1] Wikimedia Commons (reprodução)

Por Mariana de Oliveira Lopes Barbosa